Pressão Arterial ( não invasiva)

23/06/2011 15:04

 

Pressão Sanguínea

Pressão em um vaso sanguíneo,é a força que o sangue exerce contra as paredes desse vaso.

Imagina PA: 130x100mmhg

 

  

Quando eu insuflo meu manguito até 150 mmhg eu não ouço nada mas quando eu vou desinsuflando e chega 130mmhg eu começo auscultar os batimentos,então isso me diz que minha pressão sistolica está em 130mmhg e fisiologicamente isso me diz que pressão ou força que o sangue tá exercendo sobre parede do vaso no momento da sístole está em 130mmhg.

Quando o meu coração está no período de diástole, pressão ou força que sangue tá excercendo sobre as paredes do vaso está em 100mmhg.

  

     A PA depende do débito cardíaco (DC) e da resistência periférica total (RPT).

   O débito cardíaco, por sua vez, é dependente da freqüência cardíaca (FC) e do volume de sangue ejetado (VE) pelo coração a cada sístole.

A FC é o número de batimentos por minuto (75 batimentos por minuto em um indivíduo adulto normal em repouso) e o volume ejetado é de aproximadamente 70 ml (também em um indivíduo adulto normal em repouso).

DC = FC x VE = 75 x 70 = 5.25 lt/min

 

  Se o  meu paciente tem uma frequência cadíaca baixa isso vai levar uma diminuição débito cardíaco e conseguentemente diminuição PA.

  Por outro lado se eu tiver paciente com diminuição da RPT (SEPSE) eu também vou ter uma diminuição na minha PA.

 

O volume ejetado depende da força de contração do músculo cardíaco, ou seja, quanto maior a força, maior o volume ejetado. A força de contração por sua vez, depende do volume de sangue que chega ao ventrículo durante a diástole (lei de Frank-Starling), e/ou de estimulação do sistema nervoso autônomo (simpático). A capacidade normal do ventrículo é de 120 ml de sangue e com a força de contração normal, o volume ejetado é de 70 ml. Portanto, após cada sístole, ainda permanecem 50 ml de sangue em cada ventrículo. Se houver aumento na força de contração, mais sangue será ejetado, e o volume de sangue que sobrará no coração será menor.

 

Mecanismos para controle da PA: Vários mecanismos atuam no controle e regulação da PA:

  •  Mecanismos neurais,
  •  Mecanismos hormonais,
  •  Mecanismos intrínsecos da circulação
  •  Mecanismo rim-líquidos corporais.

 

Mecanismos Neurais

O controle neural da PA é feito através do centro vasomotor (CV), localizado no tronco (ponte e bulbo). O CV possui três grupos de neurônios (áreas):

  • Área vasoconstritora: atua através de nervos eferentes do simpático, possuindo um tônus contínuo básico de estimulação (ou seja, há uma constante estimulação basal para a manutenção do tônus vascular e para a atividade cardíaca). Sempre que esta área for estimulada, haverá aumento do débito cardíaco (devido ao aumento da freqüência e da força cardíaca) e aumento da resistência periférica total (devido à vasoconstrição). Estes dois fatores (aumento do DC e da RPT) irão promover um aumento da pressão arterial.

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  • Área vasodilatadora: sempre que esta área for estimulada, irá promover uma inibição da área vasoconstritora (revertendo os efeitos de uma estimulação simpática) e uma estimulação dos nervos vagos, por onde trafegam fibras eferentes do parassimpático. O estímulo parassimpático irá promover uma diminuição do débito cardíaco (devido à diminuição da freqüência cardíaca). Estes dois fatores (inibição do simpático e estimulação do parassimpático) irão promover uma diminuição da pressão arterial.

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  • Área sensorial: recebe constantemente informações dos nervos vagos e glossofaríngeos, identificando se há um aumento ou uma diminuição da PA a cada momento. A área sensorial irá controlar a atividade das outras áreas: se houver aumento da PA, a área sensorial enviará sinais inibitórios para a área vasoconstritora e excitatórios para a área vasodilatadora. Se houver diminuição da PA, o oposto irá ocorrer.

 

O controle neural da PA é feito através de vários mecanismos reflexos que ocorrem dentro de segundos:

Reflexo barorreceptor

Os barorreceptores são receptores de estiramento localizados nas paredes das grandes artérias sistêmicas (arco aórtico e seio carotídeo). Os barorreceptores respondem às mudanças rápidas de pressão, mas tem pouca importância à longo prazo, visto que se adaptam à pressão alterada.

Sempre que houver aumento da pressão arterial, haverá um estiramento das grandes artérias, o que consequentemente promoverá um estiramento dos barorreceptores. Estes, uma vez estimulados, enviam sinais para a área sensorial do centro vasomotor, informando que há um aumento da PA. A resposta reflexa será uma diminuição imediata da PA, devido à inibição da área vasoconstritora e estimulação da área vasodilatadora.

Ao contrário, quando houver diminuição da PA, os barorreceptores irão interromper o envio de estímulos para a área sensorial do CV, revertendo a estimulação da área vasodilatadora e a inibição da área vasoconstritora.

 

 

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Mecanismos Hormonais

Sistema renina-angiotensina-aldosterona

 

Sempre que houver diminuição da PA, ocorrerá diminuição de fluxo sangüíneo para os tecidos. A diminuição de fluxo sangüíneo renal estimula a secreção de renina pelo rim. A renina é um hormônio que promove a conversão do angiotensinogênio (uma proteína plasmática) em angiotensina I. A angiotensina I vai aos pulmões, onde é convertida em angiotensina II, pela ação de uma enzima presente no tecido pulmonar. A angiotensina II, por sua vez, promove três efeitos:

  1. vasoconstrição, que promove aumento da RPT e consequente aumento da PA
  2. aumento da reabsorção renal de sódio: sempre que o sódio é reabsorvido, a água também é reabsorvida. O aumento da reabsorção de sódio e água promove um aumento do volume do LEC e aumento do volume sangüíneo. Se há aumento do volume sangüíneo, há aumento do retorno venoso, aumento do débito cardíaco e consequente aumento da PA.
  3. estímulo para a secreção de aldosterona: a angiotensina estimula a glândula adrenal (córtex) a secretar aldosterona. A aldosterona, por sua vez, também promove um aumento na reabsorção renal de sódio.

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Vasopressina ou ADH

Sempre que houver uma diminuição da PA, ocorrerá uma diminuição do volume do LEC. Isto promove uma desidratação dos osmorreceptores presentes no hipotálamo. Os osmorreceptores enviam sinais para a secreção de hormônio antidiurético (ADH) pela neurohipófise. O ADH irá promover dois efeitos:

  1. vasoconstrição, que promoverá aumento da RPT e consequente aumento da PA
  2. aumento da reabsorção renal de água, com consequente aumento da volemia, aumento do RV e do DC e aumento da PA.

Quando os osmorreceptores são estimulados, eles também enviam sinais para o centro da sede, estimulando a ingestão de água.

 

 

Peptídeo Natriurético Atrial (PNA)

O PNA é um hormônio produzido pelos átrios, liberado em resposta ao estiramento. Sempre que houver aumento da PA, os átrios liberam o PNA, que irá promover aumento da natriurese (eliminação de sódio na urina). Quando há eliminação de sódio, elimina-se também água, promovendo uma diminuição do volume do LEC e do volume sangüíneo, o que irá reduzir o RV e o DC, diminuindo assim a PA.

 

 

Mecanismos Intrínsecos

Relaxamento por estresse

Sempre que houver elevação da PA, as paredes das veias relaxam para acomodar um volume extra de sangue. Com isso há uma diminuição do RV e do DC, ocorrendo uma diminuição da PA. Ao contrário, quando a PA está baixa, as veias se contraem, fazendo com que o sangue retorne à circulação, consequentemente há um aumento no RV e no DC, elevando-se a PA.

 

Desvio de líquido capilar

Sempre que houver aumento de PA, ocorrerá um extravasamento de líquidos nos capilares, com isso há diminuição do RV e do DC, diminuindo também a PA. O contrário também ocorre: sempre que houver diminuição da PA, o líquido tecidual é absorvido pelos capilares, com isto há um aumento do RV e do DC, aumentando também a PA.

 

Mecanismo de controle pressão-rim-líquidos-corporais

Este é um mecanismo à longo prazo, que pode regular a PA por dias, semanas ou meses. Sempre que houver um aumento na PA, ocorrerá um aumento no fluxo sangüíneo renal, consequentemente haverá uma maior filtração e aumento da diurese. Isto promoverá uma diminuição do volume do LEC e volume sangüíneo, diminuindo o RV e o DC e baixando a PA.

Sempre que houver uma diminuição da PA, o fluxo sangüíneo para o rim também estará diminuído, com isso haverá uma menor filtração e uma diminuição na eliminação de líquidos (diurese). Se o líquido não é eliminado, há um aumento no volume sangüíneo, no RV e DC e consequentemente um aumento da PA.

 

 

VI Diretrizes Brasileiras  de Hipertensão

Arq Bras Cardiol 2010

PDF: vi_diretrizes_hipertensao_arterial.pdf (2,3 MB)


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